História da Educação dos Surdos

29/09/2011 20:00

História da Educação dos Surdos

    Para compreendermos um pouco mais sobre a Comunicação dos Surdos, seria interesante analisarmos a HISTÓRIA DA EDUCAÇÂO DOS SURDOS.

    É na Espanha do século XVII, que encontramos os primeiros educadores de surdos. O primeiro desses professores foi Ponce de Léon (1520-1584). Infelizmente temos poucos dados sobre os seus métodos de educação, já que a tradição na época era guardada segredo sobre os métodos educativos utilizados.

     Em 1620 – Bonner publica p primeiro livro sobre educação de surdos, que consiste no aprendizado do Alfabeto Manual e na importância da intervenção precoce. Ele insistia em que as pessoas envolvidas com uma criança surda fossem capazes de utilizar o alfabeto manual. Em 1756, Abbé de L’Eppé cria em Paris a primeira escola para surdos com uma filosofia manualista e oralista. Foi a primeira vez na história que os surdos adquiriram o direito a uma língua própria.

    Heinicke (1723 – 1756), na Alemanha começa as bases da Filosofia Oralista, onde um grande valor é atribuído à fala. Nos EUA, os grandes representantes da educação dos surdos são Edward Miller Gallaudet (1822 – 1922) o inventor do telefone e do audiômetro, representante do método oralista.

    No ano de 1800, no Congresso Mundial dos Surdos em Milão, que reuniu surdos da Europa e dos EUA, definiu-se uma nova corrente na educação dos surdos: a oralista. A língua dos sinais em todas as suas formas foram proibidas e estigmatizadas. O domínio da língua oral pelo surdo passou a ser uma condição “sine quan non” para aceitação dentro de uma comunidade majoritária.

Durante quase 100 anos existiu então o chamado “império oralista” e, foi em 1971, no Congresso Mundial dos Surdos em Paris, que a língua de sinais passou então a ser novamente valorizada. Neste Congresso foram também discutidos resultados de pesquisas realizadas nos EUA sobre a”Comunicação Total”.

    No ano de 1975, por ocasião do Congresso seguinte, realizado em Washington, já era evidente a conscientização de que um século de oralismo dominante não serviu como solução para a educação dos Surdos.

    A constatação de que  os surdos eram subeducados com o enfoque oralista puro e de que a aquisição da língua oral deixava muito a desejar, além da realidade inquestionável de que a comunicação gestual nunca deixou de existir entre surdos, fez com que uma nova época se iniciasse dentro do processo educativo dos surdos.

Os trabalhos de Danielle Bouvet, em Paris, publicados em 1981, e as pesquisas realizadas na Suécia e Dinamarca na mesma época introduzem o enfoque bilíngüe na educação do surdo.

Fonte: KOJIMA, Kiguti Catarina. LIBRAS LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS. A Imagem do Pensamento. Editora Livros Escala.